sábado, 28 de janeiro de 2012

IRMÃ MARIA DO AMPARO


Queridas Irmãs Cordimarianas, Familiares da Irmã do Amparo, Amigos e Amigas da Família Cordimariana;
Do Coração de Deus para o coração da terra, do coração da terra para coração de Deus!
Se estivesse aqui, me manteria em silêncio! E no silêncio, certamente expressaria o que o meu coração desejaria dizer nesse momento. Para todos, todas nós, a comunhão feita solidariedade, ressurreição, luz! Não existe mais dor! Existe o abraço do Pai! Existe o sentido de uma vida doada! Existe o testemunho de uma estrela que brilhará no nosso céu: Irmã Maria do Amparo – Olga de Deus.
No dia 16 de dezembro de 2006, quando assumia pela primeira vez o ministério do poder-serviço, como superiora geral da nossa Congregação, pedi uma dupla porção do espírito do Pe. Júlio Maria e de todas as Irmãs que me tinham  precedido nesse ministério. Certamente de todas e cada uma pude herdar algo, mas foi a senhora, Irmã do Amparo, aquela com a qual mais me senti identificada. Se ratifico nesse momento, quando peço emprestado outros lábios, outra voz, porque me encontro distante geograficamente, é porque já tive oportunidade de lhe falar noutra ocasião de viva voz, olhos nos olhos – sentindo juntas a emoção de um momento único de amor e cumplicidade.
Da senhora herdei a capacidade de ver longe, de sonhar sonhos quase impossíveis, de avançar no caminho, de perscrutar caminhos e atalhos de vida, expandindo nossa Congregação para outros destinos. Com a senhora aprendi a confiar na juventude, a acreditar no potencial escondido em cada jovem – na esperança de tempos novos… Com a senhora,  Irmã do Amparo, podemos crer que a vida é mais forte que a morte, que o sorriso, a serenidade venceram a depressão, que a fé é o milagre das pessoas que sabem silenciar, que não pedem explicação, apenas esperam, apenas silenciam…
A nossa Congregação está mais enriquecida com seu testemunho de santidade! Obrigada! Obrigada por nos doar tamanho dom! Obrigada pela excelência com que nos ensinou a lição do sacrifício amoroso e do amor sacrifical. Mais uma semente Cordimariana será lançada ao coração da terra. Que as futuras gerações de Cordimarianas possam, a seu tempo colher os bons frutos de novos tempos que certamente virão. Que assim seja!
                                                                                                             Irmã Disterro Rocha, FCIM
07/12/2011 – Dugenta (BN) Itália

PROJETO-AMIZADE

Projeto,
participação,
comunhão!

Na VIDA, um olhar,
um caminhar,
um partilhar!

Projeto vivido,
sentido, nascido,
querido!

Celebrado sempre!
Na alegria, na dor,
na saudade, na presença,
estando perto ou ausente!

O que importa
é o “grau a que chegamos”,
é a consciência do caminho
que ainda temos que prescrutar.

O que importa
é saber do seu VIVER,
sua luta, seu sofrer;
no desejo de crescer,
mais gente poder ser.

E nesse palmilhar,
na missão de espalhar o AMOR,
pra mais vida gerar!

É assim Projeto-Amizade!
Vai chegando de mansinho,
por um gesto de carinho;
um abraço, um olhar,
tantos por um cantar
e desejo de amar.

É assim, Projeto-Amizade!
Que se abre para o mundo,
toda e qualquer idade,
espalhando amor profundo.

                                                                                         Irmã Disterro Rocha, FCIM
Caucaia, 20/07/1993
Dia da Amizade

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Pensamentos...

"Só as grandes humilhações nos levam ao recesso último de nós mesmos, lá onde as fontes interiores nos banham de luz, de alegria e de paz." Dom Hélder Câmara

"A verdadeira viagem de descobrimentos consiste não em procurar novas terras, mas em ver com novos olhos." Marcel Proust

"O Coração tem razões que a razão desconhece." Blaise Pascal

"Deus te abençoe, meu amigo. Deus te dê o que desejas. Que apalpes, que ouças, que vejas o sonho que anda contigo."

"Aqui nada é urgente! Porque urgente é tudo que não foi providenciado a tempo... E, tempo, é uma questão de organização."

"O sábio não se exibe, por isso brilha.
Ele não se faz notar, e por isso é notado.
Ele não se elogia, e por isso tem mérito.
E, porque não está competindo, ninguém                        
competir com ele."Lao-Tsé

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Pe. Júlio Maria

Já se escreveu muito sobre Pe. Júlio Maria De Lombaerde que, desde tenra idade, deixou-se tocar pela vida das pessoas, sobretudo daquelas mais necessitadas de amor, ternura, compaixão, solidariedade, misericórdia. Ele é a criança inquieta diante do sofrimento humano, o jovem destemido que se entregou à missão na África, o escritor que questionava e cuidava da formação das consciências, o missionário arrojado que teve um coração dilatado: deixou suas marcas de apóstolo de Maria e da Eucaristia em três continentes, fundou três congregações, enfim, soube imprimir no coração de todos e todas o amor pela causa do Reino, no seguimento à pessoa de Jesus Cristo, de forma amorosa e fiel.

Qual o sonho desse jovem Fundador? O que se passava em seu coração inquieto, inconformado com a realidade, com as carências missionárias quando aqui chegou, há quase cem anos? Ao ser designado para as missões no Brasil, precisamente na Amazônia, qual a sua resposta? E quando foi incompreendido pela hierarquia da Igreja de Belém, “convidado” a abandonar a Congregação que fundara, qual a sua atitude? Revoltou-se? Pediu demissão da sua missão? Fundou, com a influência que tinha, uma “igreja” paralela? Não! Ele apenas obedeceu! Nada questionou, não pediu explicação, sofreu em silêncio e se retirou, pois confiava naquele que é o autor de toda vida e de toda vocação.

Ele precisou retirar-se do convívio das suas filhas primogênitas, as Irmãs Cordimarianas, que ele gerou no afã de sua vida de fundador e de missionário na Amazônia. Retirou-se para que o seu sonho se tornasse uma realidade concreta na vida da Igreja que ele amava, apesar dos percalços do caminho. Retirou-se porque, ao lado da sua vida de pai, missionário e pastor, Jesus Cristo e o Reino estavam no centro. Tudo isso nos faz lembrar a palavra sábia de São Paulo: “Quem é Apolo? Quem é Paulo? Apenas servidores, através dos quais vocês foram levados á fé; cada um deles agiu conforme os dons que o Senhor lhe concedeu. Eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer” (I Cor 3,5-7).

Assim, o sonho do missionário da Amazônia se amplia. Providencialmente, Deus foi cuidando com delicadeza do sonho do jovem Fundador. Já se passaram quase 95 anos e ainda estamos com a graça do Espírito de Deus suscitando em cada momento novas perguntas, novas inquietações, novas respostas. Sim, ainda estamos nos alimentando da mística de um coração verdadeiramente eucarístico-mariano, missionário, na tentativa de continuar sendo presença da Compaixão-Misericórdia do Coração de Maria, no impulso profético do novo tempo que queremos construir para, com nossa vida e missão, “fazer novas todas as coisas (cf. Ap 21,5).

Que todas nós, vocacionadas que somos, possamos dar continuidade ao sonho do jovem fundador, Júlio Maria, o destemido missionário da Amazônia, que com coragem e determinação pôde ousar dizer pela palavra e com a vida: “Eu, eu quero a Amazônia.”

                                                                   Irmã Disterro Rocha, FCIM
                                                                   Caucaia, 21/05/2011
                                                                  Dia Vocacional Cordimariano

UMA VIDA EUCARISTIZADA!

Eucaristia! Pela força da sua Palavra, Jesus Cristo torna-se comida, alimento que sacia a fome de muitos. Pela força do seu testemunho, Ele entregou a sua própria vida, entregou-se como vítima e chamou a todos/as para atualizar na vida o mesmo gesto: “Fazei isto em memória de mim!”

Somos chamadas/os para doar a nossa vida, tornando-nos pão que se parte e se reparte, vida que se doa, que se dá, que se oferece no altar do mundo para que o mundo seja salvo. No cenário Cordimariano, podemos contemplar a vida da Irmã Maria Celeste – o nosso “Anjo da Eucaristia”, que na sua curta existência, entendeu o significado de se colocar na trilha das/os que aprenderam a colocar na mesa comum à própria vida.

Sentindo-se   chamada por Deus para segui-lo mais de perto, resistiu o quanto pôde. Temperamental, não se rendeu facilmente. Dizia sempre: “Não posso”. Porém, um dia, escutou da Madre: “Não diga mais – não posso, mas não quero”. E o seu coração não resistiu! Abandonou-se, tornou-se dom, oferta... respondeu Sim!

Será que você jovem, tem a coragem de escutar, acolher a proposta de amor do próprio Deus? O mundo hoje, mais do que nunca, necessita de pessoas corajosas, capazes de ser Maria – ser Eucaristia. Que possamos, nos caminhos que vamos descortinando, SEMEAR as sementes de um tempo novo, onde todos/as possam se alimentar do mesmo pão.

Na ternura do Coração de Maria, o  meu abraço, acompanhado de minhas orações.

Irmã Disterro Rocha, FCIM

NA RODOVIÁRIA

Caminhante que passa,
Caminhante que vai,
Caminhante que vem...
Onde vais?
Que procuras?
Será que como eu,
Carregas a dor, a luta, o sofrer
ou só desamor?
Será que como eu,
carregas saudades,
palavras caladas
ou mesmo felicidade?
Que levas contigo?
Que tens para dar?
O mundo, a tua volta,
ele também te sufoca...
Que fazes pra te libertar?
E em cada caminhante,
na rodoviária a passar,
em todos procuro
resposta pra dar.
Observo tens passos
Ligeiros, apressados,
ou então devagar.
Em todos, o compasso
da vida que passa,
sem a gente notar.
Não dá pra esperar!
É preciso cantar...
no meu canto, a certeza
de alguém a me esperar,
do caminho a fazer.
E tu, caminhante,
carregas também
a esperança dos simples
que mesmo sabendo,
na dança da vida,
é preciso entrar;
lutando e cantando,
na fé, no futuro
de o mundo mudar.
pra ti, o meu canto
Coração de criança
Minha vida se dá.

Irmã Disterro Rocha, FCIM